Saiba tudo sobre o kopi luwak — o café mais caro do mundo. Descubra a sua história, como é produzido e onde se pode comprar.
Não se esqueça que… por muito caro e bom que seja um café, vai perder muitas qualidades se for mal extraído durante a preparação. Uma boa máquina garante uma boa extração: veja o nosso top de melhores máquinas de café expresso.
A história do café mais caro do mundo
O café mais caro do mundo chama-se kopi luwak. Originalmente, a sua produção começou a ser realizada na Indonésia, pouco depois de aí serem realizadas plantações de café por parte dos colonos holandeses há mais de 200 anos. Hoje em dia, é produzido um pouco por todo o sul de Ásia.
As palavras indonésias kopi (café) e luwak (civeta) compõem o nome deste café, que pode ser traduzido literalmente como “café civeta”.
O que é uma civeta?
A civeta é um animal originário do sul da Ásia. Tem o nome científico Paradoxurus hermaphroditus e trata-se de um mamífero em certo grau próximo dos felinos mais conhecidos. Esta espécie em concreto também é conhecida como civeta de palma asiática.
- Habita principalmente florestas de elevada densidade.
- Pode habitar zonas suburbanas com vegetação.
- Tem bastante contacto com humanos.
- Animal solitário e noturno.
- Alimentação omnívora, principalmente à base de fruta (incluindo bagas de café).
Qual é a relação entre este café e a civeta?
Este animal alimenta-se de fruta, incluindo bagas de café. Come as bagas inteiras, incluindo o caroço — que é a semente do café, ou seja, o grão de café que consumimos. Lendo estas pistas, já consegue ter uma ideia de como é o processo de produção, não é verdade? Continue a ler.
Como é produzido o café mais caro do mundo?
O ciclo de produção do café kopi luwak é muito pouco ortodoxo, mas é simples de compreender:
- A civeta alimenta-se das bagas de café inteiras.
- A baga propriamente dita é absorvida pelo organismo do animal, enquanto o caroço — o grão de café — continua a avançar passando por todo o sistema digestivo da civeta.
- A civeta acaba por excretar o grão de café através das fezes.
- As fezes são recolhidas e daqui os grãos de café são retirados, sendo depois submetidos a um processo de lavagem.
- Depois da lavagem, os grãos de café estão prontos para serem submetidos a qualquer outro processo (p. ex. torrefação), como se tivessem sido obtidos de qualquer outro modo.
As características especiais do café kopi luwak
Durante o trânsito pelo trato gastrointestinal da civeta, os grãos de café sofrem a ação dos sucos digestivos (p. ex. enzimas proteolíticas) e das bactérias da flora intestinal. Esta combinação de ações origina grãos de café um pouco mais pobres em cafeína e com um conteúdo proteico alterado.
Nós aqui no Quero isto ainda não provámos este café, mas procuramos na Internet opiniões de pessoas que efetivamente já provaram e resumimos abaixo o que encontrámos em fontes seguras:
- Trata-se de um café muito suave, mais leve e com menos corpo do que um café “normal”.
- Há pessoas que referem um ligeiro sabor a caramelo, uva e chocolate.
- A maior parte das pessoas compra este café por curiosidade em provar “o famoso café mais caro do mundo”. Geralmente, constatam que de facto é um café bom, mas não o escolhem para tomá-lo diariamente, o que se compreende dado o elevado preço!
Quer prová-lo?
Há que reconhecer que o facto de ter o rótulo de “o café mais caro do mundo” suscita muita curiosidade em provar! Achamos que este café é ideal precisamente para isso — satisfazer a curiosidade —, mas também pode ser usado numa ocasião especial ou oferecido como prenda original para um apreciador de café. Embora o preço por quilo seja muito alto, estão disponíveis à venda sacos com uma pequena quantidade que permite tirar uns quantos cafés. Lembre-se de que se o provar numa cafetaria que o sirva, sairá muito mais caro.
Porque é que o kopi luwak é tão caro?
Originalmente, este café é produzido utilizando civetas livres na natureza. O facto de ter de se procurar as fezes dos animais e daí filtrar e lavar os grãos de café é o que provoca uma produção em quantidades baixas e, consequentemente, preços altos.
A civeta está em perigo por causa deste café?
A produção deste café recorrendo a civetas em liberdade (a chamada produção “orgânica” e “ética”) não tem impacto negativo nos animais, mas a que se é realizada com muito pouca ética utilizando civetas em cativeiro sim que pode efetivamente por em perigo a saúde e o bem-estar destes animais. Infelizmente, desde que este café ficou na moda, alguns produtores sem escrúpulos começaram a capturar civetas para produção em cativeiro (muitas vezes sem condições para os animais).
Para tentar impedir a produção em cativeiro e para proteger a civeta, foram estabelecidas cotas na Indonésia, por exemplo, que definem o número máximo de civetas que podem ser retiradas da Natureza.
Se comprar este café, certifique-se de procurar algum tipo de rótulo que indique que se trata de uma produção orgânica e, assim, realizada com animais em liberdade. Teoricamente, os 3 cafés que recomendamos acima são produzidos usando civetas em liberdade.
Curiosidades adicionais
Sabia que…
- … o facto de haver animais que comem fruta com caroço ajuda na disseminação de espécies de plantas? Os animais “semeiam” as sementes a distâncias muito grandes. Este fenómeno é muito comum na Natureza.
- … há outros produtores de café que copiaram este método? Por exemplo, no Brasil, o facto de uma ave (jacu) comer a colheita de café foi aproveitado para produzir o café “jacu”, que é recolhido das fezes da ave.
Tire o máximo partido possível do café que compra: use uma boa máquina de café expresso.